Arnaldo Antunes
Mood:  sad


Na lista das centenas de coisas que eu ja deixei de fazer por falta de grana, acrescente-se agora o show do Arnaldo Antunes. Foi no Teatro Deodoro, dois shows (um na sexta e e um no sabado) pra n?o muitas pessoas, ja que dependia da capacidade do Deodoro, cerca de 800 lugares. Fiquei na PROEST (e, alem de estar sem grana eu tava trabalhando), ouvindo o Arnaldo pela radio do site Terra.

Nos dias seguintes ouvi comentarios de tanta gente que acabei montando o show na cabeca (alem de umas fotos que eu consegui na internet, sen?o e muita imaginac?o...). Mas afinal de contas, n?o vai ser a minha ultima chance de assistir esse show (mas talvez tenha sido a ultima chance de assistir em Maceio, com as minhas pessoas. AAAAH, paciencia...)

Odisseias Beneditenses III
Mood:  don't ask
A Linha Benedito Bentes-UFAL e a unica que atende os universitarios que residem no Bil, saindo um carro a cada QUARENTA minutos, com o ultimo passando pelo campus as 22:40 (com um religioso atraso de cinco ou dez minutos). Ontem, campus, saio da PROEST e chego no ponto de onibus as exatas 22:40. O ponto estava vazio, pessimo sinal: o bus?o passou inacreditavelmente CEDO, me sobrando as opc?es de andar ate a pista ou pegar qualquer onibus descendo e depois um subindo pro Bil.

22:50h - sigo pela pista. Ao passar pelo ponto do HU, dois caras vem passando em uma bicicleta: "Ae, moral, chegue ca, chegue ca". Desconverso e atravesso a pista, fingindo ir em direc?o ao posto de gasolina ("mifu! deve ser assalto"). Dez segundos e os caras insistem "Deixe dessa, veio, a gente so quer um real..." Disparo pro posto: tudo escuro, nenhuma porta aberta a vista, e de repente a entrada de uma vila de casas que eu nunca tinha notado ("vai ser o jeito"). Entro e de longe ainda escuto os caras ironizando "corre, corre, corre!..."

Cerca de cem metros de beco depois, varias casas fechadas e, no final, o apice da lei de Murphy: um muro bloqueando a passagem. Olho em volta rapidamente - a minha direita uma casa velha, vazia, escura e sem porta finaliza a rua. "E a toca mais obvia", penso e recuo ate a casa do lado, fechada, com a frente recuada e um pequeno muro. Durante cerca de um minuto me escondo atras do muro ("cade os caras, n?o e possivel que tenham desistido"). Um pouco mais e vem se aproximando o som da bicicleta. Um vem a pe e outro na bike. Passam direto e entram na casa-toca-mais-obvia, ao lado, sem me ver. Um entra gritando (algo como "pode ir saindo que a gente sabe que voce ta ai"). Espero o segundo tambem entrar na casa, saio detras do muro e disparo pra pista. Da pista, direto pra o estacionamento de caminh?es ao lado. Vindo no sentido contrario, encontro meu irm?o (um metro de altura a mais que eu, faixa verde de carate), que tambem havia perdido o onibus, pelo mesmo motivo que eu.

Do lado, um caminhoneiro: "foram uns dois de bicicleta, n?o foi? Eu vi eles e achei suspeito, tavam rondando por aqui". Pegamos o "Cruzeiro do Sul", descemos ate a Fernandes Lima e de la pegamos um Bil subindo. Chego em casa mais uma vez a salvo, mas como Freud e um completo filho da puta, sonho a noite com casas invadidas, perseguic?es e meus pais. AAAAAAAAHHHHHH!!!

Mood:  blue
...E chegamos ao final de mais um capitulo. Ninguem morreu, ninguem nasceu ou se casou. Nada aconteceu dentro ou fora de nossas cabecas, debaixo de nossos tetos, defronte a nossos narizes. A vida segue ruidosa e ebria, ofegante e tropega, como um gato moribundo. Mas, deitada em minha frente, a volupia da vida diz que sim, em seu sentido mais primario e unico. Celebro o momento: e Voce e tudo, como se o fim fosse o meio.

Niquel Nausea
Charges de Gonzales, meu cartunista favorito, depois de Quino.

Embaixo da maquina
Mood:  loud
O capital entorpece as ideias dos homens, a ponto do homem se desconhecer do proprio homem. Explorado ate sua ultima gota de suor, o individuo e posto a crer que o sinonimo para felicidade e a ascenc?o social, e que, dentro do sistema, bastara que todos se esforcem, trabalhem e perseverem para conseguir, honesta e pacificamente, tudo aquilo de que precisam.

Trabalhar para comer, morar, viver. Da forma como esta posto, o mundo e um desastre cotidiano. Nada e t?o perverso quanto uma realidade que lhe diz para consumir e n?o lhe diz "como". Nada e t?o natural para o operario quanto trabalhar para sustentar as familias (a dele e a do patr?o), produzir o que n?o consome e sobreviver das migalhas daquilo que ele mesmo produziu.

Trabalho
Mood:  not sure
A partir de hoje viro bolsista da Proest, no horario de 17 as 21 horas, de segunda a sexta.
Isso significa que daqui a um mes vou ter bolsa (e isso e bom).

Isso tambem significa que n?o vou mais poder participar de outras atividades neste horario, como as reuni?es do CAMED, o cineclube e os eventos da Comuna (e isso e muito, muito ruim...)

Odisseias Beneditenses II
Mood:  don't ask
Ate essa semana estive como monitor do laboratorio de informatica do CSAU, nas noites de quinta. Entre as atribuic?es, abrir e fechar o laboratorio, fazer impress?es e entregar os retroprojetores disponiveis aos professores que solicitarem. Ontem, apos fechar o laboratorio, fui recolher os retroprojetores. Como ainda estavam sendo usados, fui ate a sala do CAMED esperar as aulas acabarem. Morto de sono (n?o havia dormido na noite anterior), sentei no sofa e apaguei completamente, so acordando 23:50h. da noite, com o campus ja vazio e quando ja n?o entravam mais onibus pra lugar nenhum (que dira pro Benedito Bentes!).

Recolhi os retros e fui andando ate a entrada do Campus, de la ate o HU, do HU ate o trevo da Federal e dai ao ponto mais proximo. Eram ent?o 00:20h e eu esperava pelo Benedito Bentes/Ponta Verde-Via Expressa (ate me lembrar que a pista estava em obras por conta das chuvas e o onibus n?o passaria por ali...). Desco ent?o pela pista, tentando chegar ate o entrada por onde o onibus desviava, quando de repente para um rapaz de moto, da meia-volta e pergunta pra onde eu vou. "Me ferrei, deve ser assalto."

O rapaz para a moto: "sou o filho do Juvenal, funcionario do CSAU, suba ai atras que eu deixo voce la!" E assim eu chego ate o trevo do Benedito Bentes (01:30h. da noite...), onde passo a esperar por qualquer um dos onibus que passasem por aquele ponto (que s?o varios, mesmo aquela hora, indo todos ate o Bil, mas naquela ocasi?o NENHUM apareceu).

Resolvo seguir a pe a ter que arriscar ficar por ali esperando. Apos quinze minutos a pe trevo adentro, vai passando e comeca a puxar conversa um ciclista: "To indo ate o final do Bil, quer uma carona?" E eu consigo chegar ate a esquina da casa da minha tia, as 02 e cinco da manh?, arrebentado de cansaco, faminto como um bicho e com mais uma historia pra contar...

Mood:  lyrical
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Hoje minha m?e faria 50 anos.

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De volta
Mood:  surprised

Apos varios dias sem acesso a Internet (o laboratorio do CSAU ficou dias sem rede, por conta de uma das varias quedas de energia eletrica que danificou uma das pecas do servidor), volto ao mundo dos vivos apenas para dizer que por esses dias "As vozes na minha cabeca" provavelmente v?o ter que mudar de hospedeiro... mais uma vez. E que, n?o sei por qual motivo, o Blogspot (o "Blogger" americano. E o mesmo do blogger.br, da Globo.com, que todo mundo usa) ta pedindo senha pra todo mundo que tenta deixar comentarios nele. Ja configurei, reconfigurei, desconfigurei e nada dele eliminar as senhas. Mas o endereco vai continuar o mesmo! (e viva os redirecionadores de link)

Se os meus bolsos falassem
Mood:  lyrical
- "Um molho de chaves, um porta-moedas e um tazo metalico",
disse o bolso esquerdo da calca.
- "Uma caixa de tic-tac, duas notas de um real, uma
baga e um danoniho", responde o bolso direito, "ganhei!"
- Epa, mas voce n?o tem como guardar um danoniho!
- Tenho sim, fiz um acordo com a m?o direita.
- Seu pilantra, eu sabia que n?o dava pra confiar na direita!!
- Ah, deixa de papo, troco dois pegas na baga pelo tazo metalico.
- Mas pra que voce quer um tazo metalico?
- Pra usar como porta-copos.
- Mas pra que voce precisa de um porta-copos??
- Pra receber visitas, e claro.
- Mas bolsos n?o recebem visitas!!!
- Recebem, sim. E que voce n?o e um bolso globalizado. Vou lhe indicar
um curso de motivac?o e lideranca da Casa da Palavra e logo voce
ira se tornar um bolso sociavel, pronto para enfrentar este mundo
competitivo!

Alagados 2
Mood:  irritated

Subiu para 28 o numero de mortos na enchente de terca-feira. Uma crianca de 11 meses ainda n?o foi encontrada, mas sabe-se que esta sob os escombros. As familias vitimadas continuam sendo amontoadas em colegios e ginasios, mas aos poucos v?o se reorganizando. Do caos a lama, da lama ao caos...
Na Tribuna de ontem saiu uma foto do pessoal de Comunicac?o Social (Josian, Claudia, uma galera) segurando um vasilhame com um peixe vivo, "pescado" no lago que se formou em frente ao COS. Na ultima vez que a agua chegou por la com essa violencia (tem anos, n?o lembro quando, acho que uns tres-quatro), lembro que o COS ficou com cerca de UM METRO DE AGUA. Varios computadores queimaram, pois a agua chegava a superar a altura das bancadas de madeira. A agua naquela regi?o n?o escoa, so acumula, formando varias vezes um fosso que divide o COS/CTEC do resto campus.

Alagados
Mood:  accident prone

Chuva, chuva, chuva, chuva pacaralho. Toda a Maceio parou na terca-feira 01 de junho. Doze horas de chuva forte bastaram pra provocar desabamentos na periferia, engarrafamentos na Fernandes Lima (do CEPA ate o trevo da policia federal), acudes esborrando e invadindo a pista, barreiras caindo, dezoito mortos (ate agora, fora os desaparecidos), agua ate a cintura no centro da cidade, comercio fechado e a prefeitura na midia tentando explicar porque n?o tomou medidas antes de comecar o periodo de chuvas. Quem tentou pegar onibus no ponto do CEPA encontrou agua acima dos joelhos. No Brasil toda catastrofe tem cara de "deja vu".

No hospital universitario todas as consultas de ontem foram desmarcadas, porque varios medicos e demais funcionarios simplesmente n?o tinham conseguido chegar ao hospital (e os que chegaram n?o tinham como voltar pra casa). Mas o que mais chocava era a imagem de moradores das encostas sendo retirados de suas casas pela defesa civil. Uma casa com OITO moradores teve que ser desocupada a forca, pois os moradores temiam perder seus "bens" com os desabamentos. Eles diziam preferir o risco a ter que se amontar em locais sem estrutura (quer dizer, com ainda menos estrutura) pois n?o tinham simplesmente nenhum outro lugar pra se refugiar. As pessoas est?o sendo albergadas em escolas e ginasios, aos montes, adultos, criancas e idosos reduzidos a indigencia. E eu aqui preocupado em descobrir como e que se faz pra trocar a cor e o fundo do blog...

Dicionario
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Aprisionar e privar um individuo
do seu direito de dizer adeus.

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"Luke, I'm your father..."
Mood:  spacey
Descobri que n?o quero ser medico,
eu quero mesmo e ser um cavaleiro jedai!

(o correto e "jedi", mas eu tive receio
de colocar e alguem n?o entender. Tenho
vasta experiencia em n?o ser entendido)

Verborragia
Mood:  caffeinated
Eu n?o quero entrar pra historia, eu quero e resolver problemas.
Qualquer dia, igual a todo mundo, desapareco dessa terra. O tempo
nos vai, a todos, deglutir e esquecer, como um almoco de dez dias
atras... o que vale e o que fica. O mundo e de cada homem que sobre
ele se percebe, mas o que sobra de um ser humano se dele e retirado
o seu proximo?

Quartas-feiras...
Mood:  lucky
No meio da tarde de quarta-feira, vai garoando mas faz sol. As horas
passam lentamente e o desdobrar das cores comunica a chegada de
um dia vermelho. Eu n?o tenho alma, tenho so uma cabeca que n?o
funciona direito, tenho olhos de vidro, tenho dedos de gesso, e uma
estranha vontade de olhar pras nuvens

Noite no CAMED
Mood:  on fire

Cara... sequelante... sai da festa dos feras e apaguei na sala do C.A. Acordei de madrugada, num horario que ja n?o tinha mais onibus. Se eu inventasse de me levantar e ir pra casa, ia ser tanta burocracia com o pessoal da seguranca do campus que eu achei melhor ficar por la mesmo. Levantei as seis horas da manh? de sabado e fui pegar o bus?o. Encontro o Basquiat no ponto de onibus (no momento, sem pressa de chegar em lugar nenhum, assim como eu) e a gente resolve fazer a manh? crescer...

Odisseias Beneditenses
Mood:  don't ask
Uma viagem de onibus, domingo a noite, da Jatiuca para o Benedito Bentes n?o e propriamente uma experiencia agradavel. A situac?o se complica se de repente um cord?o de sete criancas entra e atravessa o coletivo da entrada ate o fundo, espremendo-se entre os passageiros em pe, ate se acumular na traseira do onibus.

Meu primeiro pensamento: "Meu Deus, estouraram um cativeiro de criancas".

Varios minutos depois entram e passam mais quatro:
"Oh, n?o! Eles est?o se multiplicando!"

Um instante depois um bebe de colo comeca a chorar na outra ponta, sendo seguido por outros dois pequenos no fundo, do primeiro grupo.
"Eu sabia, s?o uma quadrilha e est?o organizados"

Apos vinte minutos em pe e com uma sacola pesada nas m?os, o local a minha frente fica vago, ocasi?o em que acabo tendo que ceder pra uma senhora. E... n?o da pra competir com mulher com crianca de colo...

Debaixo da escada do CSAU
Mood:  surprised

De debaixo da escada do CSAU

...........................Sentado, da pra ver

.................Uma parede em tijolos aparentes

................................Uma rampa que desce,

.......................a medida em que se afasta

....................Um casal de namorados

........se descupando por uma briga

..E um tijolo com dois olhos

incandescentes dizendo "love"

Textos do CAZP
Mood:  silly
OK, tres textos do CAZP que eu peguei pra fazer revis?o ortografica...
Prontos, ja to enviando de volta... melhor tomar cuidado pra n?o me contaminar com esse de material subversivo e instigador do caos e da desordem, sen?o daqui a pouco comeco a fazer pichac?o em muro, jogar pedra em vidraca e andar com camisa pintada a dedo escrito "odio ao sistema"...

Se bem que eu ja revisei textos do Grupo Agro-ecologico e nem por isso virei uma sambambaia.